O Julgamento Secreto de Joana D’Arc.
Estreia no dia 26 de julho.
O verdadeiro embate está entre a ameaça que o feminino pode provocar nas instituições estruturadas a partir do poder masculino.
De forma lúdica, a peça reproduz o ambiente de seu julgamento inquisitório e apresenta a ‘virgem de Orleans’ como uma mulher de estética comum, derrubando padrões e estereótipos impostos pela Igreja, reforçados pela maioria dos filmes e documentários que contam sua história. A peça condensa os últimos quatro meses de vida da heroína, a partir de sua captura e do confronto com o inquisidor Pierre Cauchon.
Aimar Labaki explica que não é exatamente a história de Joana D'Arc que a peça apresenta, mas a forma como é espelhada por outros olhos, principalmente os de seu inquisidor. “Esse é um processo político, mas também um julgamento íntimo que deflagra uma crise íntima; a crise de fé de Cauchon. E se tornou metáfora do processo de mediação de cada um de nós para viver o cotidiano, acreditando em algo superior para resolver as questões”,comenta o autor.
A encenação não realista é carregada de força e sensações ao expor o medo do feminino deflagrado por Joana D’Arc. O enredo aborda desde o momento em que ela é capturada pelos borgonheses numa emboscada - quando ia para a batalha em Paris - até sua morte. “Esta é uma história aberta. Existem muitas versões de um mesmo fato, portanto temos liberdade de apresentar ‘nossa Joana’ com reflexos nos dias de hoje, representando todas as mulheres, seja ela da época da inquisição ou do mundo atual. Para isso, temos um recurso épico, além do fato da condução deste julgamento ser, por natureza, um grande circo de horrores”, argumenta o diretor Fernando Nitsch.
As personagens de O Julgamento Secreto de Joana D’Arc mantêm seus nomes reais, mas ganharam personalidades inventadas, subjetivas, abrindo uma licença poética para o inquisidor que, na encenação, faz visitas à prisioneira na cela, cheio de dúvidas e curiosidades, demonstrando fascínio pela sua determinação. E, vislumbrando a possibilidade de projeção no seu primeiro julgamento importante, Cauchon não percebe que também é uma peça de manipulação no jogo, onde somente um veredito seria possível.
Joana reunia atributos que incomodavam. Era mulher, analfabeta e uma guerreira com um carisma arrebatador, cuja liderança ganhava fama. Carregava armadura, espada e estandarte (em cima de um cavalo), comandava soldados, lutava nas batalhas e conquistava propósitos absolutamente masculinos numa época em que para a mulher não era permitida nenhuma expressão. Segundo Fernando Nitsch, a peça revela essa mulher determinada, que buscava a verdade, acima de tudo, e acreditava ter a missão de libertar a França.
E o diretor argumenta: “Em nenhum momento deram à Joana a possibilidade de se defender. Um acordo entre França e Inglaterra entra em ação para tirar de cena aquela mulher que subvertia as regras, com tudo que ela representava; e a igreja também se aproveita daquele momento. Os dois grandes poderes – a política e a igreja - se unem para condená-la como bruxa e, posteriormente, transformá-la em santa francesa. O espetáculo busca ressignificar essa história pautada pelo capital, onde a condenação de Joana D’Arc serviu a ele, e sua redenção como padroeira, também”.
“Como seria essa mulher?”, questiona Silmara. “O fato de ela ser uma santa da igreja católica, além de não haver nada que comprove sua aparência real, fez com que a sua imagem fosse sempre comparada à de uma jovem angelical, frágil e ingênua, cujos feitos seriam ordens divinas, desconsiderando sua determinação, inteligência e ações. Sua história é muito próxima dos clássicos da dramaturgia mundial. A personagem Joana D'Arc, de 19 anos, transcende todos os padrões de biótipo e idade, possibilitando uma grande liberdade de interpretação”, comenta.
Ficha Técnica:
Texto: Aimar Labaki
Direção: Fernando Nitsch
Direção musical: Miguel Briamonte
Elenco: Silmara Deon, Rubens Caribé, Ricardo Arantes, Rafael Costa, Yorran Furtado, Jerônimo Martins, Decio Pinto Medeiros e Mario Luiz.
Coro: Bruna Alimonda, Carol Cavesso, Giovana Cirne, Jamile Godoy, Maísa Lacerda e Priscila Esteves.
Músicos: Bruno Monteiro (piano) e Leandro Goulart (guitarra)
Assistente de direção: Isabel Oliveira
Assistente de direção musical: Carol Weingrill
Cenografia: Marisa Bentivegna
Iluminação: Wagner Pinto
Figurinos: Daniel Infantini
Coreografia de lutas e preparação corporal: Mario Luiz
Preparação e coreografias do coro: Katia Naiane
Fotos: Bob Sousa
Identidade gráfica visual: Rosane Andrade / Inquieto Art Studio
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção executiva: Paloma Rocha e Regilson Feliciano
Direção de produção: Silmara Deon
Realização: Nossa Senhora da Produção
Assessoria de Imprensa: VERBENA Comunicação.
Serviço:
Espetáculo: O Julgamento Secreto de Joana D’Arc
Estreia: 26 de julho – quinta, às 20h
Temporada: 26/7 a 20/9 - quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia). Moradores da Bela Vista (com comprovante de residência): R$ 20,00.
Bilheteria: 1h antes das sessões. Aceita cartões de débito e dinheiro.
Duração: 100 min. Classificação: 16 anos. Gênero: Drama musical.
Teatro Oficina (350 lugares)
Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista, SP/SP.
Informações retiradas do release para imprensa (VERBENA Comunicação).