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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Antonio dias - Derrotas e Vitórias.

Antonio Dias - Derrotas e Vitórias.
Alguns pontos que eu aprendi vendo a exposição:
- Essa foi a primeira retrospectiva após a morte do Antonio Dias.
- Antonio Dias trabalhava com a narrativa em um esquema fragmentado, montando os quadros (alguns) em uma sequência no estilo de histórias em quadrinhos (gibis).
- Mostra questões como a sexualidade, líbido, fetiche,...
- Antonio Dias permite que o público se sinta livre para analisar a forma dos seus objetos de arte.
Ele tem um esquema fragmentado e trabalha muito sobre a finitude, a incompletude humana, as vitórias e derrotas do ser humano.
- A busca por algo que nunca se completa é um traço da sua obra.
- A sua arte retrata questões éticas e sociais.
- Arte abstrata, formas geométricas e informais são dominantes.
Ao falecer, em agosto de 2018, Antonio Dias havia reunido uma coleção das próprias obras que recorria toda sua trajetória artística. O conjunto compunha-se tanto de peças de que ele nunca havia se separado, com de outras recompradas de terceiros para quem tinham sido vendidas. Tratava-se pois, de uma representação de si mesmo intencionalmente construída, mantida e guardada. 
Coração Para Amassar (de 1966 - coleção do artista).
A atitude de colecionar-se manifesta um aspecto essencial do artista: Antonio Dias cultivou uma ética do trabalho que permite compreender seu percurso a partir de posicionamentos claramente formulados por ele. Assim, a escolha dos componentes desta coleção testemunha atenção para com princípios que acompanharam o artista ao longo de sua vida e que deviam ser mantidos próximos a si.
A exposição conta com uma coleção única e peças emblemáticas, como Nota sobre a morte imprevista e Anywhere is my land. O conjunto vai desde as primeiras obras abstratas do inicio dos anos 1960 até a última tela pintada por Antonio Dias.
A mostra divide-se cronologicamente, inicia-se com as obras mais recentes, onde o uso de pigmentos minerais condutores de eletricidade importava ao artista pela presença do material carregado de carga física. A segunda sessão reúne obras com o uso de palavras, frequentemente em inglês, em composições áridas em preto, branco e cinza, que parecem colocar em questão seu próprio sentido como arte, pois negam qualquer prazer ao público.O terceiro conjunto é composto por peças dos anos 1960, cujas figuras fragmentadas remetem à violência do Brasil ditatorial, ao sexo e a vísceras extirpadas. Ao longo do percurso, há também obras singulares, como as abstrações do jovem artista feitas logo após seu estudo inicial com o gravurista Oswaldo Goeldi, e os filmes realizados em Nova York entre 1971 e 1974, e as diversas representações do corpo. Pontuando todo o percurso, diferentes autorretratos registram o amadurecimento do autor.
A obra, apesar de múltipla, apresenta um aspecto comum: é impossível a experiência de uma compreensão total de cada peça; ao contrário, o público é confrontado com uma construção incapaz de apresentar-se íntegra com o método que gera objetos para os quais sempre falta o sentido total, emerge a dimensão ética da obra de Antonio Dias: a incompletude da existência humana. A constância dos temas existenciais garante um sentido testemunhal à obra de Antonio Dias. Portanto, a coleção que ele formou de si mesmo é uma síntese única, tanto pelo percurso que organiza ao longo das várias fases, como pela declaração dos valores éticos norteadores de sua arte.
Usei a eletricidade em vários trabalhos de diagramas. Acho que, tendo um circuito adequado, você se resolve, Até o uso dos metais no trabalho é um pouco relacionado com isso, de criar campos de energia, superfícies de óxido de ferro recobertas de camadas de grafite onde há mais possibilidade de concentrar energia, circuitos condutores em ouro ou cobre. De certa forma, a grafite é altamente condutora. Meu trabalho é com pigmentos minerais, na maior parte, não com pigmentos químicos. Então há uma escolha determinada de materiais,tipo: certo mineral como a malaquita ou um carbono como a grafite, ou ainda veneno, que tem a sua cor. Pela qualidade de ser veneno.
Antonio Dias.
a questão do meu trabalho é quase sempre colocada em polaridades, em termos de micro e macro, preto e branco, mostrar e tapar, informação para despistar.
Antonio Dias.
Museu de Arte Moderna de São Paulo
Informações: Felipe Chaimovich - Curador
Fotos: William Inoue
Demais informações e ingressos: MAM

23 comentários:

Pedrita disse...

que mostra interessante. eu ainda continuo em isolamento. se cuidem. beijos, pedrita

Toninho disse...

Bom fim de noite Andreia!
Uma exposição interessante nesta de interagir com a obra e buscar situar-se no mundo de Amônio Dias.
Muito boa a coleção de fotos na partilha.
Uma bela semana para você
Grato.
Abraços de paz.

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de nova semana, querida Andréa!
Visitei alguns museus e gosto muito.
O MAC de Niterói é lindo.
Antônio Dias deu nome a um lugar de MG que frequentei muito.
Gostei do coração pulsante.
Vou seguindo para apreciar tanta beleza.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno

chica disse...

Oi,Andreia! Vim agradecer a visita e gostei de ver a exposição aqui. Lindo o coração,mais me chamou a atenção! beijos, linda semana,chica

Graça Pires disse...

Gostei de ver com você esta exposição de Antonio Dias. Obrigada por partilhar e pelas explicações que deu, já que do artista nada conhecia.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

Bill disse...

A very nice exhibition, thanks for sharing and visiting my blog.
Have a wonderful new week.

Jornalista Douglas Melo disse...

Olá Andreia,
Bela postagem!
Uma exposição riquíssima. O elóquio que fizeste, está muito bom.
Divulgar cultura é preciso, ainda mais nestes dias distópicos que vivemos.
Beijos e cuide-se!!!

Maria Emilia B. Teixeira disse...

Boa noite Andreia.
Vim conhecer seu blog, já estou te seguindo. Não conhecia o artista da exposição, gostei de conhecer e aprender.
Boa semana. Bjs

Andreia Inoue disse...

Pedrita, além da mostra esta maravilhosa, o MAM dispensa comentários. É uma experiência incrivel ir em um museu localizado dentro de um parque. É amor duplo ❤

Andreia Inoue disse...

Boa noite Toninho, realmente a proposta dessa exposição foi muito boa. Amei a oportunidade de conhecer um pouco mais a fundo o trabalho de um artista que deixou um acervo tão rico. Muito obrigada pelo comentário. Um abraço.

Andreia Inoue disse...

Boa noite Roselia, muito obrigada pelos seus comentário que foram tão enriquecedores para meu post. Confesso que conheci o trabalho de Antonio Dias graças a essa exposição do MAM.
E quero ter a oportunidade de conhecer o Mac de Niteroi, deve ser muito lindo mesmo. Uma excelente semana para vc😍

Andreia Inoue disse...

Boa noite Chica, esse coração atraiu a atenção se todos, não teve uma pessoa que não tirou uma foto nele, eu tirei umonte, hahhaha. Um abraço e obrigada pelo comentário

Andreia Inoue disse...

Boa noite Graça. Eu quis deixar um pouco sobre a história do Antonio Dias pq eu também não conhecia esse artista brasileiro, e tendo a oportunidade de ver as obras dele, me cativou a maneira como ele se mostrou durante cada etapa do seu amadurecimento. Muito obrigada pela presença

Andreia Inoue disse...

Muito obrigada e gostei demais do conteudo do seu blog.

Andreia Inoue disse...

Douglas, muito obrigada pelas palavras e pelo incentivo. Achei importante fazer esse post a respeito do Antonio Dias, para que outras pessoas tenham a oportunidade de conhecer esse artista brasileiro. Eu não conhecia as obras dele e através da mostra do Mam, pude ter uma boa noção de quem ele foi e o que transmitiu com a sua obra. Um abração e obrigada pela presença😃

Andreia Inoue disse...

Maria Emilia, boa noiteeee. Muito obrigada pelo incentivo e fico feliz pela sua presença aqui neste meu espaço. Um abraço

Chris Ferreira disse...

Oi Andreia, muito bom passear pela exposição através do seu olhar e do seu relato. Muito obrigada por compartilhar.
beijos
Chris


Inventando com a Mamãe / Instagram  / Facebook / Pinterest

Lua Singular disse...

Olá Andréia,
Eu sou professora aposentada e quando na ativa fazia com meus pequeninos muitas peças que eu criava.
Adorei seu blog
Beijos
Lua Singular

Lua Singular disse...

Lua Singular pergunta:
Meu comentário entrou?
Beijos
Lua Singular
Se não entrou volto amanhã
Lua Singular

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um blogue muito interessante.
Um abraço e continuação de uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Lua Singular disse...

Desculpa querida,
Não sei o porquê não conseguia comentar, agora está tudo bem.
Adoro quadros, muito lindos os quadros
Abraços
Lua Singular

Maria Rodrigues disse...

Interessante e bela exposição, brilhantemente documentada.
Obrigada pela sua visita, adorei o seu blogue e já estou seguindo.
Beijinhos

Jaime Portela disse...

Não conhecia o pintor, mas gostei da visita guiada que me proporcionou.
E achei interessante o uso de outros materiais para além da tinta, nomeadamente condutores de eletricidade. Não sendo especialista na matéria, notei a procura de novos horizontes na pintura e, por isso, o artista ter-se-á colocado num ponto de vista ilimitado para a sua arte. Para além disso, terá assumido que a arte é a ficção da realidade.
Continuação de boa semana, querida amiga Andreia.
Beijo.