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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Infiéis.

Infiéis.
(Marco Antonio de La Parra).
Com direção de Débora Dubois, Infiéis trata do cruzamento entre as paixões eróticas e as paixões políticas. Dois casais formam os personagens da peça e coincidentemente o elenco é composto por atores que são casados na vida real, são eles Marcela Pignatari e José Trassi, Veridiana Toledo e Marcelo Galdino.
Felipe (personagem de Galdino) é um publicitário com sonho de ser poeta e que não vê espaço para exercer seu lado de esquerda em uma sociedade de consumo de um mundo neo liberal.
Ao reencontrar-se com Andreia (Veridiana Toledo) deixa vir à tona confusões e indecisões pois sente que pode recriar épocas revolucionárias, que o sexo e o amor são subversivos, que o matrimônio é uma instituição ditatorial e que merece uma nova oportunidade na vida. Convida Andreia, sem medir as consequências, a reviver uma paixão arrebatadora.
Daniela, sua mulher (personagem de Marcela Pignatari), se adaptou à vida de casada e defende o matrimônio como um lugar onde se renuncia a alguns sonhos, mas se consegue outros.
Carlos (José Trassi), é marido de Andreia, não conhece e nem conhecerá o amor verdadeiro. Se casou com Andreia atraído por seu jeito debochado, sua impulsividade e sensualidade. Quando se vê traído não vacilará em destruir Daniela. Ele sente que ela é sua parceira na penúria e que deve sofrer o quanto ele está sofrendo.
Andreia por sua vez se destruirá nesta aventura, um sonho a mais em sua vida.
A obra mescla história destes quatro simultaneamente frente ao adultério, um espetáculo em que jamais os personagens deixam de se olhar, sempre presentes em cena os amantes e os enganados.
Para Gustavo Kurlat, que traduziu a obra para esta montagem, talvez uma das questões mais fortes da atualidade seja a relação plena de tensões entre o público e o privado. E provavelmente o par "Relações amorosas - ação política" seja um elemento simbólico extremamente significativo dessa tensa relação.
“O que será mais revelador daquilo que somos como indivíduos? O posicionamento político, o que dizemos e fazemos com relação ao que é público, ou nossa maneira de nos relacionarmos com nossos afetos, o que dizemos e fazemos com relação ao outro - que é privado?”.
Nesse lugar está a dramaturgia de "Infiéis". No entrecruzamento sem pudores dessas paixões que envolvem nossas vidas. Daí sua atualidade renovada, e seu questionamento - sem juízo de valor - de como somos e o que fazemos pelo outro e pelos outros, e na busca pessoal daquilo que chamamos de "felicidade".
A diretora Debora Dubois vê na dramaturgia de Marco Antônio de La Parra muita semelhança com o mundo atual. “Com certeza o público irá se identificar - cada um à sua maneira - com alguma das formas de afeto que os personagens revelam nesse embate de corações e mentes que a peça propõe.” comenta a diretora.
A cenografia é assinada por Márcio Macena, os figurinos são de Marichilene Artizevskis e a iluminação de Guilherme Bonfanti.
Informações retiradas do site do Teatro Jaraguá. 
José Trassi, Veridiana Toledo, Marcela Pignatari, Marcelo Galdino.
 
 
 
 
Teatro Jaraguá.

domingo, 1 de maio de 2016

Holoclownsto.

Holoclownsto.
Holoclownsto combina a inocência patética de um clown com o horror de uma Guerra Mundial. Guerra esta, que é somente um pano de fundo para ser mostrado um conflito mais particular, os conflitos internos do ser humano.
Neste espetáculo a Tropp trabalha um humor rico em detalhes, mergulhando no ditado de Samuel Beckett: - "Nada é mais engraçado do que a infelicidade...!".
Por dois anos e meio a Cia. desenvolveu uma pesquisa em torno do tema "Guerra", pois nela pode-se enxergar o sofrimento humano potencializado.
Em paralelo, o grupo trocou conhecimento, intercambiou e compartilhou vivencias com palhaços ao redor do mundo.
A história que contamos não é menos dura por ser vivida através dos olhos de um clown, pelo contrário, aqui se revela com ingenuidade e humor um assunto forte e delicado que não pode ser esquecido.
Buscou-se falar da condição do ser humano envolto por conflitos, sejam eles, internos ou externos. E não há nada mais genuíno do que mostrar este caos através dos olhos de um clown, que nada mais é do que o anti-herói e vilão da sociedade.

sinopse: A peça conta a história de seis clowns prisioneiros que se conheceram no ultimo vagão de um trem rumo ao desconhecido. Nesse caminho, a tolice e a doçura desses artistas transforma o horror da guerra uma poética e sensível jornada ate a alma do ser humano em sua condição de palhaço e vice-versa. 
Texto retirado do folheto da peça.
Ao final do espetáculo os artistas não retornaram ao palco, como para reforçar o fim da história. Todo mundo no teatro riu e se comoveu com a história contada. Adoramos, e os artistas foram ovacionados.
 Foto com um dos artistas do Troupp Pas D'Argent.
 Foto com um dos artistas do Troupp Pas D'Argent.
Foto com um dos artistas do Troupp Pas D'Argent.